Tom Zé
Curió Curiô tomou como ponto de partida a música “Salva a Humanidade”, de Tom Zé e o livro “Uma História Natural da Curiosidade”, de Alberto Manguel. Da imbricação dessas duas obras, nasce a história de Beatriz, uma menina movida pela curiosidade.
Um certo dia, voltando da escola pra casa, ela escuta o pássaro Curió e o observa atentamente atravessando o céu. A rua, cheia de cor e peculiaridades atrai seu olhar como num caleidoscópio, apresentando, a cada movimento, combinações variadas de cores, luzes e ideias que enchem os olhos e o pensamento da menina. A partir daí um universo de poesia e beleza mobiliza a imaginação e o desejo de conhecer de Beatriz, que se põe a explorar o mundo pelo espelho refletido de um picadeiro.
Tudo o que acontece depois é consequência daquilo que o ser humano deveria cultivar ao longo da vida: o desejo pelo desconhecido. Sócrates, o filósofo, dizia que a consciência por aquilo que não se sabe é uma espécie de sabedoria essencial aos homens. Beatriz representa essa sabedoria. Seu mundo é movido muito mais por perguntas do que por respostas.
É a perspectiva da criança que se apresenta como um dispositivo de salvação de um tempo em que as nossas ideias sobre a vida precisam ser revistas. Reconhecer o mistério é reconhecer que viver é um milagre. “Curió Curiô” é uma ode ao olhar da criança. É a crença de que, como Tom Zé mesmo diz, que a curiosidade salva a humanidade.